O senador Paulo Paim (PT-RS) apresentará projeto de lei para proibir o uso do produto químico que causou a morte de quatro funcionários que trabalhavam em um frigorífico do Grupo Marfrig, em Bataguassu (MS), no dia 31 de janeiro.
"É uma questão de defesa dos trabalhadores no local de trabalho. Esse produto [sulfidrato de sódio], quando inalado pelos presentes num determinado espaço físico, mata em poucos minutos", afirma, após audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos do Senado. O produto é usado na retirada dos pelos do couro do boi.
Para o diretor-adjunto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Neilton Araújo de Oliveira, além dos aspectos econômicos e comerciais, é preciso pensar na "dimensão sanitária" do consumo. "Não é necessário prejudicar as empresas para proteger a saúde da população, mas as empresas, para manter seus lucros, precisam assegurar qualidade e segurança para os consumidores, que somos todos nós", pontua.
Após o episódio em Bataguassu, técnicos do Instituto do Meio Ambiente apuraram que o nível de contaminação da área, embora não mais considerado letal, estava 40 vezes acima do tolerável.
Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentos e Afins (CNTA), Artur Bueno de Camargo, os acidentes só diminuirão quando a jornada for reduzida.
Ele divulgou estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), feito em frigoríficos gaúchos especializados em carne bovina, citando frio, umidade, intoxicação, choques e barulho como os principais problemas enfrentados pelos trabalhadores – 74% trabalham o tempo todo de pé, 67% faz horas extras e 44%, ao chegar em casa, relatam dores ou cansaço insuportável. (Com Agência Senado)
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