Noventa e nove presos deram entrada na P1 de Venceslau nos últimos dias |
A Penitenciária de Presidente Venceslau (P-1) recebeu, nessa semana, mais 38 presos transferidos, agora, do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Diadema, após dois agentes terem sido agredidos com socos e chutes por um detento. Na semana passada, a unidade havia recebido 61 presos do CDP de Sorocaba.
Com quadro de superlotação de 1.317 detentos para 576 vagas, o CDP de Diadema suspendeu por 30 dias visita para cerca de 450 presos dos raios (conjuntos de celas) 11, 21 e 31. O caso escancara a vulnerabilidade do sistema prisional, segundo o Sindasp (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado de São Paulo). Familiares denunciam que esses detentos sofreram agressão por parte do Grupo de Intervenção Rápida e Ostensiva (Giro), ligado à SAP (Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo).
A SAP informa, em nota, "não ter qualquer informação sobre agressão praticada pelo corpo funcional contra presidiário". No entanto, os próprios agentes registraram boletim de ocorrência por lesão corpoal (artigo 129 do Código Penal) no 1º Distrito Policial de Diadema, segundo matéria publicada pelo Jornal Diário do Grande ABC.
O motivo - Os agentes penitenciários Sérgio Cena de Oliveira, 34 anos, e José da Silva Pinho, 41, acusaram Ramon Ruiz, 23, de Diadema, como o autor das agressões. Oliveira contou à polícia que, ao abrir a porta da cela 4, do raio 21, se deparou com o preso, sentado. Sem motivo algum, Ruiz começou a agredi-lo.
"As agressões aos agentes são comuns. Um único profissional, desarmado, entra em contato com criminosos para abrir os raios e permitir acesso ao banho de sol. A qualquer momento pode ser feito refém", afirmou o presidente do Sindasp, Daniel Grandolfo.
Segundo o Sindasp, há deficit de agentes nos 38 CDPs do Estado. Em média, há um profissional para cada 45 presos, quando o ideal seria um para dez. O salário é de R$ 2.500.
Transferência em massa - No último dia 4, a P-1 recebeu 61 presos do CDP de Sorocaba. A transferência foi realizada após um motim ocorrido na Ala A do CDP, quando um funcionário foi agredido durante a contagem dos detentos. Os presos transferidos da Ala A são alinhados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). (Com Elaine Granconato/Diário ABC)
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