José Rainha Jr. está preso por denúncias de desvio de verbas da reforma agrária |
Advogados da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos devem entrar neste sábado (18) com pedido de habeas corpus no Tribunal Federal de Recursos, em São Paulo, na tentativa de libertar o líder dissidente do Movimento dos Sem-Terra (MST), José Rainha Júnior.
Acusado, entre outros crimes, de desvio de verbas da reforma agrária, Rainha foi preso na última quinta-feira (16), na Operação Desfalque da Polícia Federal (PF).
De acordo com o advogado Aton Fon Filho, a prisão temporária do líder não se justifica, pois não era imprescindível para as investigações. "Assim fosse, o superintendente do Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] não teria sido ouvido e liberado em seguida." Ele se refere a Raimundo Pires da Silva, que foi conduzido de forma coercitiva para a sede da Polícia Federal em São Paulo para prestar depoimento.
O advogado disse que o habeas corpus deve ser apreciado de forma imediata pelo desembargador que estiver no plantão judiciário do fim de semana. Caso seja concedida, além de José Rainha, a medida vai beneficiar outras pessoas que foram presas na ação, entre elas o irmão do líder e também advogado Roberto Rainha.
Cumprem ainda prisão temporária Claudemir Silva Novaes e Priscila Carvalho Viotti, ligados à superintendência do Incra em São Paulo; Edvaldo da Silva, Nivaldo dos Santos Júnior, Valdemir Santana, Rosalina Rodrigues, Cristina da Silva e Cássia Maria Alves dos Santos, integrantes do grupo de Rainha.
Lideranças de acampamentos e assentamentos do grupo se reuniram em Presidente Epitácio para discutir uma mobilização em favor dos colegas presos. A maioria decidiu esperar a decisão da Justiça sobre o pedido de habeas corpus.
Antes de uma possível saída do superintendente do Incra em São Paulo, um dos alvos da Operação Desfalque, políticos do PT no interior já articulavam sua substituição. (José Maria omazela/Estadão)
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