Pelo menos 50 pessoas já foram contaminadas por mercúrio metálico em Rosana. Duas crianças de dois e três anos estão entre as vítimas e podem ter danos neurológicos irreversíveis. A substância estava numa sacola de lixo em um terreno da prefeitura, local onde foi encontrado, também, lixo hospitalar.
O secretário Municipal de Saúde de Rosana, David Rodrigues, disse que pelo menos 50 das 130 pessoas da cidade que se submeteram a exames com suspeita de contaminação por mercúrio metálico confirmaram o diagnóstico, ao apresentar a substância, que é altamente tóxica, na urina. Dessas, 12 tiveram um nível "crítico" de mercúrio no sangue e estão intoxicadas.
O problema começou em junho, quando dois dos filhos de Solange Antunes, 30, de oito e dez anos trouxeram para casa um saco de lixo que eles tinham encontrado num terreno baldio e que continha bolinhas com um líquido prateado.
Poucos dias depois, eles e os outros quatro irmãos começaram a ter febre, diarreia, vômito e irritações na pele. Já era a contaminação pelo mercúrio.
Sem saber do que se tratava, as crianças ainda levaram as bolinhas para a escola e espalharam uma contaminação que expôs mais de cem pessoas no distrito Primavera, em Rosana.
Dois dos seis filhos de Solange, Lorraine e Estefane, de dois e três anos, apresentaram o quadro mais grave. Ficaram 12 dias internadas, dois meses em casa e, em setembro, foram transferidas para Presidente Prudente e depois para o Hospital das Clínicas da Unicamp, para tratamento adequado, até o último dia 2.
Elas correm risco de ter danos neurológicos irreversíveis. O mercúrio é tóxico, causa danos ao sistema nervoso e pode ser fatal, se inalado em grande quantidade. A família também teve que deixar a casa, interditada.
O número de pessoas contaminadas ainda pode aumentar, de acordo com o secretário, porque alguns resultados ainda não estão prontos. GN
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