quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Região perde 19% da sua população rural em dez anos

Apesar de a quantidade de habitantes ter crescido 5,7% nos 53 municípios da região de Presidente Prudente, a população rural caiu 19,2%, baixando de 115.124 pessoas no campo para 93.010 nos últimos dez anos, segundo dados do Censo de 2010 em comparação com o de 2000. Para o doutor em história e professor de sociologia José Artur Gonçalves, a pesquisa do IBGE confirma a tendência nacional de migração para a cidade, aumentando a população urbana.

Em 2000, os moradores da zona rural correspondiam a 14,6% da população da região. Dez anos depois, houve uma diminuição de 22.114 pessoas, já que apenas 11,16% dos habitantes estão na área rural, valor abaixo da média nacional, que é de 15,65%.

Gonçalves explica que a criação de gado deu início à migração da população para a cidade na região. “Esse processo ganhou um novo impulsionador nos últimos anos, com a monocultura da cana de açúcar. O arrendamento de propriedades rurais para a produção canavieira continuara a gerar a saída do campo, processo este que deve continuar se intensificando ainda mais”, conta.

“Além do êxodo do homem que vivia no campo, temos também o processo de criação de uma massa de trabalhadores rurais desempregados pela mecanização e pelas mais sofisticadas técnicas de produção agrícola, que diminuem a necessidade do contingente de mão-de-obra na lavoura”, destaca o professor. Ele completa que muitos desses desempregados já residem nas áreas periféricas das cidades.

No entanto, o declínio da população rural na região chama a atenção de Gonçalves devido aos assentamentos de reforma agrária existentes. “Ao trazer de volta o camponês da cidade para o campo, a reforma agrária pode ter ajudado a impedir um êxodo rural ainda maior na região nas últimas décadas. Por outro lado, os números de assentados não parecem ter sido suficientes para impedir tal migração”, analisa.

Porém, os números regionais são considerados grandes quando comparados com a concentração rural apresentada no Estado de São Paulo como todo, que é de apenas 4,12% da população. “Mostra que ainda somos uma região ruralizada em relação a São Paulo, mesmo em comparação com aquelas que são grandes produtoras rurais. Talvez indique um descompasso entre a mecanização do campo naquelas regiões e na nossa”, explica Gonçalves.

Os dados do IBGE mostram que os municípios com maior concentração de moradores em áreas rurais na região são Caiuá, com 3.109 pessoas ou 61,7% de sua população; Marabá Paulista, com 2.670 (55,49%); Pracinha, com 1.494 (52,18%); e Mirante do Paranapanema 7.017 (41,12%).

É importante destacar que em algumas dessas cidades existem presídios, o que influi no número de habitantes. “A população carcerária conta como rural nos casos em que as unidades prisionais se encontram fora das cidades”, explica o coordenador do IBGE na sub-área de Presidente Prudente, José Carlos Zamgirolami. (Com informações do Portal do Ruas)

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